Marcio Aurélio - coach pessoal e coach de vestibular
Enem: estudantes têm trocado aulas de cursinhos pela orientação de um coach
Os
preços, geralmente, são salgados, mas os jovens ressaltam que o acompanhamento
personalizado compensa
Isabela
Assis (E) ao lado da sua coach, Isadora Jinkings: esforços para entrar no curso
de medicina
A palavra coach vem do inglês e
significa treinador. Como um técnico de futebol, que orienta o jogador,
organiza o treino e ajuda com todo o suporte emocional. Mas o coach saiu dos
gramados e ganhou espaço na preparação pessoal. Já existem coaches financeiros,
de relacionamento e agora também para vestibulares. “Ele ajuda a encontrar o
caminho correto nos estudos. É um mentor, que, com uma visão de fora, vai
facilitar a trajetória do aluno”, explica Vincenzo Papariello, consultor do VP
Concursos. E é por conta desse atendimento personalizado que estudantes estão
trocando o cursinho pelo coach na hora de se preparar para o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem).
A
estudante Isabela Assis, 19 anos, quer cursar medicina e já prestou o Enem duas
vezes. Ela contava com preparação na escola e também fez um ano de cursinho.
Neste semestre, optou pelo coaching. “É uma maneira diferente de estudar. No
cursinho, eles te passam a matéria, mas não te ajudam a se organizar. O
coaching te acompanha o tempo todo e sabe como você está”, explica. Outra
diferença que ela destaca é a cobrança. “Se fosse por minha conta, eu deixaria
alguma matéria de lado. Mas o coach cobra uma rotina de estudos e você acaba
estudando mais.”
Isabela
tem encontros semanais com Isadora Jinkings, que é psicopedagoga e orientadora
educacional. Ela explica por que o Enem exige uma preparação específica. “A
prova tem um molde de avaliação diferente, com um cunho social e crítico, a que
os alunos não estão acostumados. Meu trabalho é ajudá-los a entender esse
formato.” Além disso, é fundamental que o coach ajude a organizar os horários
do aluno. De acordo com o professor de química e coach Jônatas Gonçalves, a
tarefa não é fácil. “Eles são resistentes, acham que não precisam dormir, por
exemplo. É meu papel mostrar que eles têm que descansar, fazer atividades
físicas e se alimentar bem.”
Avaliação social
A
receita nunca é a mesma para todos os estudantes. Por isso, no primeiro
encontro com o coach, o aluno passa por uma entrevista.Para que o trabalho seja
realmente personalizado, é preciso conhecer o nível de preparação, as intenções
no vestibular, a rotina diária e, principalmente, as dificuldades de cada
aluno. “Só depois dessa primeira avaliação é que distribuímos as matérias de
estudo. Há um trabalho de estatística quanto ao que mais cai e também de
estratégia, de acordo com os pesos da prova”, explica Isadora. Segundo Jônatas,
a grade é sempre reavaliada e bastante flexível. “A programação muda conforme o
progresso do estudante. Se você fizer algo engessado, ele se desanima.”
Como
os coaches não dominam todos os conteúdos da prova do Enem, eles precisam
pesquisar e consultar outros professores. “O importante é não deixar o aluno
com dúvida. O estudante que contrata o coach é muito exigente”, relata Jônatas.
Eles também oferecem livros, apostilas, exercícios e indicam sites. E não acaba
por aí, o acompanhamento é diário. O coach constrói uma relação muito próxima
com o estudante. “Você participa da vida dos meninos. Às vezes, eles me ligam
porque se sentem inseguros e precisam de apoio emocional. Eu converso com os
pais, e toda a família se envolve naquele objetivo.” Seguindo o perfil dos
alunos, os coaches adotam meios de comunicação mais modernos, como Skype e
WhatsApp. O importante é estar sempre disponível.
Um
atendimento tão personalizado tem o seu preço. Jônatas Gonçalves cobra R$ 900
pelo acompanhamento. “É um preço fixo. Se o aluno me procurar um ano ou seis
meses antes da prova, o valor vai ser o mesmo”, explica. Já Isadora Jinkings
trabalha com mensalidades de R$ 550 e a chamada “taxa de sucesso”, caso o aluno
seja aprovado. Se passar em medicina, ele deve pagar R$ 3 mil; para os demais
cursos, são R$ 2 mil. Como o coaching é um processo de desenvolvimento pessoal,
os mentores recomendam que o atendimento seja contratado pelo menos seis meses
antes da prova. “Também é possível fazer um trabalho de revisão agora que falta
um mês, mas o estudante precisa já ter uma bagagem de estudo”, explica Jônatas.
Marcio
Aurélio - Professor, coach, palestrante e terapeuta - 19- 991507366 // e-mail
rvmarico1@gmail.com